Vida e morte, escolha!
“Você pode escolher qual caminho seguir, mas seja ele qual for, uma coisa é certa... Suas escolhas. Suas consequências.”Sol Vessoni
História
baseada em fatos reais.
Parte 1
26 de setembro
de 1983, o ponteiro do relógio acabara de tocar o doze. Respiro fundo, o bunker
em que eu estava, o Centro de Detecção de Ataques Nucleares da URSS,
apresentava-se totalmente calmo. Bocejo e me sento na cadeira macia do meu
escritório, era noite e estava um pouco cansado. Para falar a verdade, não era
nem para eu estar aqui hoje, mas como tenente-coronel do exército soviético,
era minha a responsabilidade de substituir o oficial escalado para este dia,
que estava doente.
Aquele dia
aparentava ser o mais calmo de todos, meus próprios pensamentos soavam alto na
mente, aquilo era bom. Mas tudo muda quando os alarmes soam. Insanamente, em
rugidos esganiçados, eles rompem o silencio da noite, o monitor em cima da mesa
começa a piscar furiosamente. Meus olhos voam para a tela e meu mundo rui. Era
como se alguém socasse minha barriga, o nervosismo toma meu ser, loucura. A
respiração acelera freneticamente, estava me afogando em pleno ar. Não! Não
podia deixar o nervosismo tomar conta, respiro fundo e tento ficar calmo. Olho
novamente para a tela na esperança de ser um sonho, mas a tela continuava lá e
piscava com a mensagem de um ataque nuclear iminente.
— Senhor
Stanley, precisamos do senhor!
Olho para o
técnico que gritava da porta do escritório, por alguns momentos nem eu
reconheço o meu próprio nome. Fecho os olhos, coloco a cabeça no lugar e sigo o
jovem técnico. Chegamos ao centro de controle, o desespero reina soberano,
pessoas correm desesperadas com folhas, dados e números. As sirenes soam espalhando
seu barulho por todos os cantos, preenchendo cada espaço vazio. As luzes piscam
vermelhas, os avisos de que uma catástrofe se aproxima.
O chefe da
parte técnica corre ao meu encontro, sua barriga saliente pula ao responder a
corrida, os óculos redondos escorregando no rosto suado do já velho
especialista. Olho para ele atentamente, seus olhos exprimem o medo e temores
que sentia.
Ele me entrega
uma folha com todas as informações, devoro todas as letras e imediatamente
sinto náuseas. Em compensação sabia o que acontecera, um míssil nuclear voava
agora mesmo, vindo dos EUA, em nossa direção, Cortando o céu a 24.000
quilômetros por hora.
Estico as mãos
ao alto pedindo calma e confirmação. Mais pessoas correm aos computadores, a
resposta? Os sistemas continuavam a afirmar, porém os satélites não conseguiam
ver tal míssil.
Apoio as mãos
na mesa mais próxima sentindo minhas forças esvaindo, aquilo era totalmente
ilógico. Por que os Estados Unidos fariam isso? E se fariam, por que com tão
poucos misseis?
Essas perguntas
desmontavam meu cérebro, podia sentir que algo estava errado. Isso só podia ser
um alerta falso, porém ao olhar o monitor percebo a presença de mais quatro
misseis, um total de cinco. Se eu estivesse errado milhares morreriam.
Olho para o relógio,
tic tac. O tempo não parava, corria e corria. 17 minutos, eram todos os restos
de nossas vidas. Eu sabia o que fazer, o alto comando deveria saber disso
imediatamente e haveria retaliação, centenas de ogivas romperiam os céus em
direção do país norte-americano.
A terceira
guerra mundial estava as portas e, acompanhada dela vinha a morte e a
destruição, sorrindo pra mim. Eu tenho que fazer algo, tenho. Mas realmente não
acreditava nos dados.
A pressão me
esmagava, se eu não fizesse nada e fosse verdade, milhares de pessoas morreriam
na pátria vermelha. Se fizesse, daria início a uma guerra nunca vista antes. Eu
acreditava que estava errada, eram maquinas novas, se estivessem e eu agisse
mais uma quantidade enorme de americanos morreriam.
Vou até o telefone,
uma linha direta com todos os lideres, tiro do seu local. Estava na hora de
tomar uma ação. Com o telefone no ouvido decido a vida ou a morte de milhões e
milhões.
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