O desafio dos sonhos



Você aceita um desafio? Calma, tudo que peço é só uma coisa, que vejas de verdade...  E para isso você terá que parar e então, inteiramente, olhar. Assim o digo de verdade, com um olhar genuíno.  Olhando para tudo, cada detalhe, com olhar de criança.

Olhe para perto de ti, para as doces árvores plantadas na frente de sua casa, no caminho da escola ou ao lado do trabalho. O que tem elas? Essa é a verdadeira questão, o que elas têm de mais? O que as fazem ser mais especiais que qualquer outra?  Essa é um problema que você terá que responder e para isso pare e olhe.

Olhe para como ela rompe do chão a erguesse ao céu.  Como seus galhos se espalham, propagam sua força e, com o soar do vento, suas folhas voam e dançam. Como o doce cavalheiro, com uma reverencia, pega em sua mão e a doce dama verde gira com ele na rua. Eles rodam e como em uma valsa bailam em pleno ar, girando e girando, rodam seus corpos invisíveis e, beirando ao romantismo clássico, se soltam em um ar de despedida triste. As folhas caem no chão, a espera de uma nova dança.

O restante, em êxtase, aplaude e grita a estourar os pulmões — que não tem — em alardes de alegria. Os galhos movimentam-se em coro ao senti o vento toca-los e a respirar a vida de um movimento.

Ao céu, olhes para o palco e como, incessantemente, apresentam-se atores e atrizes. O sol o incomparável guerreiro a despejar sua força a terra. Seus raios a cortarem o universo, viajando, galopando, conquistando e lutando por onde vão, seus guerreiros.

As nuvens a mudarem e tomarem a forma de quem os olhe, os próprios sonhos. Tornando-se aquilo que queiram que seja. Viajando e vendo o mundo, apropriam-se para si, a forma dos sonhos e quem sabe não sejam isso o que elas sejam. Quem sabe...

Então, as cortinas se fecham e o verdadeiro show começa. Inicia-se a opera e a “estrela principal” aparece. Com a lua no palco, a beleza toma a forma e com seu vestido prateado canta a ópera silenciosa.

Pare e escuto as cotas da chuva a baterem no telhado. Feche os olhos e se deixe reconhecer as batidas e códigos, impressos pela natureza. Cada batida, diferente uma dá outra, reais ao mesmo que tão distantes.

Olhe para sua casa, rua e cidade. Olhe para as pessoas que andam e que se perdem, cada uma com chamas no peito, sonhos. Fogueiras acesas que iluminam o caminho, em cada pé colocado no chão.

O caminho de carro para casa e de tantos outros rios. Despercebidas, as cores e formas, plantas e flores, que desabrocham abraçado o dia, se embaça na velocidade.
Os detalhes de uma vida agitada, que se deixam passar e que, esquecidos, representam o todo. O sorriso e o brilho nos olhos que banham o peito.

Detalhes, deixados para lá, pelo simples ato de não olhar. Perdidos porque nem todos olham, vê em tudo e ao mesmo não percebem. Faltam a todos algo especial, um olhar de verdade e, talvez, simplesmente, cumprir um desafio de um autor desconhecido.

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